A máquina incrível

25 de Janeiro de 2022
Terça-Feira

Resumo do livro "Uma Carta aberta ao Príncipe Carlos" ou

"A única maneira para deixar de fumar", de Allen Carr

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Capítulo 6: A máquina incrível

               Quando me apercebi da força e poder incríveis do corpo e da mente humana, realizei que não é preciso drogas ou muletas ilusórias para viver. A natureza é uma criação divina e o seu estudo é um trabalho interminável. O ser humano muito descobriu com filosofia e ciência, contudo o corpo humano continua a ser um mistério. O processo de criação deu aos seres vivos certas forças instintivas, uma delas o instinto de sobrevivência. Alguns sinais de alerta para a sobrevivência são o medo, a dor, o cansaço, o stress… que são unicamente luzinhas vermelhas que precisam da nossa atenção.

               Na medicina moderna, a maioria das vezes o foco está em suprimir os sintomas, mas assim não tratamos as causas da doença. Pouco valor é dado ao nosso sistema imunitário. O stress é tratado com drogas e a causa do stress é ignorada. Mas, tal como os animais, nós humanos também estamos equipados para sobreviver.

               Infelizmente a nicotina, o álcool e as drogas destroem muitas vidas. A perceção sobre o que é bom ou mau para nós é distorcida pela lavagem cerebral contínua da sociedade em que vivemos. A tosse e a tontura que sentimos ao fumar o primeiro cigarro da vida, em vez de serem interpretadas como “cuidado, é um veneno!”, fazem com que nos sintamos vencedores e façamos um esforço para continuar a fumar. Ficamos indiferentes ao lado mau e sintonizamo-nos com a lavagem cerebral, realçando o prazer e apoio que recebemos do fumar.

                Maravilhoso é que, quando um fumador pára de fumar, o corpo - esta máquina incrível - inicia logo o trabalho de processar e expulsar o lixo. Em pouco tempo recuperamos a nossa saúde e parece que nunca fumámos… pelo menos, foi isso que aconteceu comigo. Sei que sou o perito máximo neste assunto de fumar por causa do percurso específico da minha vida. Também sei que tenho uma máquina incrível e que não preciso de fumar para estar bem.

                Uma das razões que me dá a certeza de que nunca mais voltarei a fumar é a consciência que foi unicamente a lavagem cerebral da sociedade moderna em combinação com a adição de nicotina que me manteve preso. Quando pergunto a mim mesmo: “Porque estive tantos anos naquela prisão?”, a resposta é que há uma falha na nossa máquina incrível.